3° Ano do Ensino Médio entrevista a professora muçulmana, Fatima Ez-zahra Elghouat, diretamente do Marrocos
A saída das tropas americanas do Afeganistão, após 20 anos de ocupação, e os desdobramentos decorrentes desse evento, motivaram os alunos do 3° Ano do Ensino Médio a entender um pouco mais a realidade da vida das mulheres no Islamismo.
Atendendo, em princípio, ao interesse dos adolescentes, a professora de Geografia Suely Takahashi, viu, ali, a oportunidade de estimular o desenvolvimento das funções de estudar, de aprender, de ensinar, de pensar e de realizar, além dos aspectos contemplados nas Competências 9 e 10 da Base Nacional Comum Curricular que visam o seguinte:
- Competência 9: “Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.”
- Competência 10 : “Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.”
Suely convidou a professora muçulmana Fatima Ez-zahra Elghouat, diretamente do Marrocos, para participar de uma entrevista com os alunos.
“Conheci a Fatima em uma viagem de trem para Ghent, na Bélgica, em janeiro de 2019. Eu havia marcado um encontro com a família do ex-aluno do 3°Ano do Colégio Logosófico da turma de 2018, Gabriel Novaes, na estação de trem em Ghent. Saí da cidade onde estava, Kortrijk e eles saíram de Bruxelas, onde estavam de férias. No trem, eu iniciei uma conversa com a Fatima. Ela falava inglês e eu fazia mímicas. Tínhamos muita vontade de nos comunicar e, assim, a amizade surgiu. Convidei-a para passear conosco em Ghent e, no dia seguinte, foi consenso convidá-la para irmos para Bruges. Ela saiu novamente de Lille, na França, e o ponto de encontro de todos foi a estação de trem em Bruges. Ficamos todos juntos no decorrer do dia, retornando à noite, de trem, cada um para suas respectivas cidades. Eu e Fátima mantivemos contato durante 2019, 2020 e 2021 utilizando o Google Tradutor e outros aplicativos de idiomas. Este ano, ao discutirmos em sala sobre as mulheres no Afeganistão, eu lembrei que a Fátima é muçulmana e fiz o convite para que ela participasse de uma aula com o 3°Ano, para falar sobre religião, modo de vida e cultura, de acordo com o que ela vive como mulher no Islamismo e mulher árabe no Marrocos. Foi uma experiência que reacendeu a nossa amizade, mostrando que temos muito o que aprender com culturas diferentes.”, relata Suely.
As alunas Fernanda Pimenta Murta e Luiza Assunção Pinto atuaram como intérpretes, fazendo a tradução simultânea do inglês para o português das perguntas que foram elaboradas pela turma do 3°Ano e as respectivas respostas da convidada. E a diferença de apenas 4 horas de fuso horário entre o Brasil e o Marrocos permitiu que a aula ocorresse em tempo real. Constaram da entrevista as seguintes questões:
Where do you live?
What is your religion?
How did you meet Suki?
How is the life of women in Morroco?
“O encontro com Fátima possibilitou conhecer alguns dos princípios do Islamismo e sua influência no modo de vida das pessoas no Marrocos, dando início ao nosso estudo sobre o Mundo Árabe. Tudo ocorreu num ambiente de muita harmonia! Inspirar respeito e promover o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade, sem preconceito de qualquer natureza é o objetivo de encontros entre pessoas de culturas diferentes, como os alunos do 3°Ano no Brasil e a Fátima, no Marrocos.”, complementa a professora Suely.