Corrigindo para a vida e estimulando o cultivo da valentia e da confiança em si mesmo no 5º Ano B
Observando o pensamento de insegurança se manifestar em duas alunas, diante da realização de atividades avaliativas, a professora Cecília Faria, do 5º Ano B, deu início a um trabalho individual, com ambas, com o objetivo de ajudá-las a cultivar a confiança em si mesmas e a valentia diante dos desafios.
São alunas estudiosas, que cumprem com as tarefas de casa, mas que, em algum momento durante a realização das atividades avaliativas, ficam ansiosas, perdem a confiança em si mesmas e choram por não saberem realizar alguma questão.
Cecília fez o seguinte relato de uma delas: “Ao observar que ao final das provas avaliativas uma aluna sempre chorava, por não saber alguma questão ou pelo tempo ter finalizado, pensei em trabalhar com ela a importância de cultivar a valentia e a confiança em si mesma. Em um dia que não havia prova e a aluna se encontrava feliz e serena, a chamei para conversar e expliquei que a confiança em nós mesmas é fruto do conhecimento, que ela poderia confiar em si mesma após estudar e fazer os deveres antes da prova. E que, além de confiar nela mesma, precisaria cultivar a valentia para enfrentar a ansiedade e outras dificuldades que pudessem surgir durante a prova. Para fixar e fortalecer a vontade para fazer esforço, presenteei a aluna com um lápis que tinha uma borracha de coala em cima, demos o nome ao coala de valente, para ela sempre lembrar de ser valente frente aos desafios, e, depois, também lhe dei um caderninho, propondo a ela que sempre registrasse nele, suas conquistas. Desde então, tenho observado um grande esforço dessa aluna para ser valente durante as provas e sempre valorizo sua atitude! Em uma atividade cuja proposta era registrar uma experiência em que ela tivesse cultivado um valor, essa aluna escreveu:
“Ninguém é capaz de despertar o seu potencial por você. As pessoas que nos amam podem nos apoiar e torcer por nós. Mas cabe a cada um despertar a força e o potencial infinito que traz em si mesmo. Normalmente fico muito ansiosa antes de fazer uma prova. Contudo somente EU tenho a capacidade de resolver esse problema. Tento sempre respirar fundo e acreditar que darei conta de vencer os desafios. Inclusive já estou praticando.”
Cecília continuou seu relato: “Com outra aluna, também escolhi um momento em que ela estava feliz para ter uma conversa sobre a importância de cultivar esses mesmos valores: a confiança em si mesma e a valentia para enfrentar as dificuldades. Apresentei a ela a analogia do passarinho, que quando é filhote recebe comidinha na boca, mas na medida em que cresce, precisa ser valente para buscar comida por conta própria. A presenteei com um lápis que tinha um adesivo de passarinho, para que ela sempre recordasse do seu exemplo de valentia. Também ofereci um caderninho para que registrasse suas conquistas. Passado alguns dias ela me trouxe a sua primeira anotação. Valorizei muito o seu esforço e sua conquista. Em uma outra atividade, essa aluna registrou o seguinte:
“(...) Quando quero realizar algo ou alcançar um objetivo, eu preciso me capacitar para isso, buscar o conhecimento necessário, mas principalmente confiar em mim mesma, ser valente e saber que tenho capacidade para realizá-lo. Por exemplo: certa vez, eu estava muito insegura para fazer uma prova. Conversei com meus pais e minhas professoras e eles me mostraram que como eu havia estudado o suficiente, eu poderia confiar em mim mesma e fazer a prova com tranquilidade. Isso foi muito importante para mim e me ajudou muito.”
A Pedagogia Logosófica ensina que:
“Prosseguindo com este estudo, vejamos o que sucede quando se deve enfrentar uma situação pouco comum, como seria um exame ou concurso. É frequente, nestes casos, aparecerem na mente pensamentos de impotência ou de temor, que inibem ou paralisam nessa emergência o uso das faculdades. Quantas vezes vemos fracassar o estudante mais bem preparado, só porque um pensamento inibitório o impediu de utilizar todo o acervo de imagens que levava como bagagem de conhecimento? Nesses casos, sempre se nota que, passado o momento crítico, uma vez já tranquilizado, o estudante constata pasmado que para todas as perguntas que lhe fizeram tinha uma resposta satisfatória; simplesmente não as pôde dar, porque um pensamento de insegurança ou de temor paralisou o movimento dessas imagens mentais.” (Da Pedagogia Logosófica)
A partir desses elementos a professora Cecília baseou o trabalho a ser realizado com suas alunas.