A Competência 6 da BNCC, intitulada Trabalho e Projeto de Vida, propõe que os alunos sejam capazes de valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhes possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Tendo em mente a Competência mencionada, a professora Suely Takahashi promoveu a reflexão entre os alunos do 3º Ano do Ensino Médio sobre o etarismo, um preconceito presente na sociedade que afeta as pessoas com mais de 60 anos.

Os alunos assistiram a um vídeo da jornalista e influenciadora digital mineira Cris Guerra, que viralizou na internet, e foram estimulados a pensar sobre o etarismo e suas repercussões no mercado de trabalho e na vida de quem sofre esse preconceito.

Após os comentários sobre o conteúdo do vídeo, os alunos compararam os dados fornecidos por uma reportagem da Revista Super Interessante com os do Censo Demográfico de 2010. Em seguida, o "Terceirão' produziu no Padlet um material de excelente qualidade textual! Confiram no print abaixo.

Abaixo seguem trechos de alguns depoimentos dos alunos, revelando o que aprenderam e as reflexões que fizeram a respeito do etarismo:

“A partir do vídeo da Cris Guerra pude perceber a importância de abordar o etarismo como preconceito ainda muito presente na sociedade, que infelizmente não é abordado com a devida importância. O vídeo traz informações importantes, principalmente o fato de que, em 2060, o número de pessoas de mais idade será maior que de jovens. Esses dados refletem que a situação da discriminação é incompatível com o futuro, e por isso é necessário que revejamos e abordemos o preconceito, visto que o próprio mercado de trabalho se prejudica ao não inserir pessoas de idade ao assumir que não são suficientemente capacitadas.” - Bruna Araújo Quintino dos Santos

“Com base em meus conhecimentos e nas situações apresentadas, concluo que apesar de pessoas de mais idade possuírem, muitas vezes, a capacidade de exercer determinada função, elas acabam sendo discriminadas apenas por conta da idade, já que muitas vezes os empregadores pensam que estão velhas demais para a função. Além disso, concluo que essa espécie de discriminação é presente em todos os países, embora seja mais forte em uns do que em outros.” - Lucas Guimarães Cantarino Ferreira

“O etarismo é uma forma de discriminação baseada na idade de certa pessoa. Os mais velhos são a classe que mais comumente sofre com esse problema, e tal situação não prejudica apenas os idosos, mas sim a sociedade inteira. [...] a idade pode trazer qualidades como a experiência e a maturidade, que podem agregar bastante no ambiente produtivo. Portanto, a discriminação tem seus malefícios, já que em meio ao grupo discriminado pode haver indivíduos capazes de enriquecer ainda mais as relações dentro do mercado de trabalho.” - Pedro Fernandes Mendonça Garcia

“Etarismo ou discriminação etária é uma falta de respeito das pessoas contra o idoso. Muito cometida pelos jovens na pandemia do coronavírus, por colocarmos eles mais vulneráveis do que já são. Esse preconceito é praticado pelos jovens, políticos e também pelos próprios idosos. Precisamos nos colocar no lugar deles, pensando que o idoso é o futuro que todos queremos ter.” - Diego Prates

“[...] no mundo inteiro, as preocupações relacionadas à infraestrutura para os idosos é uma discussão que fica cada vez mais frequente. Um dos exemplos mundiais é o Japão, onde uma grande parcela da comunidade corresponde aos mais velhos e pode-se identificá-los trabalhando nos mais variados serviços.” Ana Clara Resende Cardoso

“[...] as pessoas envelhecendo e se mostrando nas redes sociais, assumindo os cabelos grisalhos e deixando a natureza seguir seu curso é uma coisa extremamente nova, pois está ligada à desconstrução social. Por ser uma pauta nova por si só ela assusta, e leva a um preconceito de idade que caracteriza os idosos como pessoas que não deveriam existir, deveriam se recolher, acarretando numa falta de estrutura pública para receber idosos, o que só reforça a ideia de que o idoso é incapaz, fazendo-se presente o etarismo na nossa sociedade.” - Letícia Nogueira Faria Lima

“O etarismo é uma forma de preconceito que surgiu com o aumento da longevidade. Ele, muitas vezes, afeta nas relações de trabalho do mundo contemporâneo, uma vez que os mais velhos têm suas capacidades subestimadas com frequência. Para reverter isso, cabe considerar também as vantagens de se contratar um profissional com idade avançada, tendo em vista a vasta e rica experiência.” - Érica Miranda Villaça

“Etarismo é a discriminação relacionada à idade. Pessoas na casa dos 50 em diante (principalmente mulheres) são lidas como improdutivas pela sociedade. Tal intolerância revela que o mundo atual não é adaptado e não aceita a naturalidade do envelhecer. Percebe-se então a necessidade de aceitar a diversidade de gerações, entender que não existe um padrão para a velhice e normalizar o amadurecimento.” - Maria Clara Astolfi Martins Alves

“A discriminação contra os anciões é um costume, e nós nem percebemos. Estamos constantemente duvidando da capacidade dos mais experientes em nossa sociedade. Cris Guerra elucida alguns casos de etarismo recorrentes no cotidiano, e principalmente na sociedade brasileira, alertando para o preconceito velado contra os idosos, seja ele de natureza física, estética, capacitária, entre outros.” - João Marcelo Gontijo de Azevedo Ernesto.

“A sociedade tem um conceito desatualizado, de que esses trabalhadores "não têm idade pra isso", fazendo com que as empresas optem por um trabalhador mais jovem. Algumas empresas já estão começando a enxergar essa realidade, contratando mais pessoas da terçeira idade. Um exemplo disso é o fotógrafo holandês Erwin Olaf, que foi contra os padrões da sociedade e fez diversos ensaios fotográficos com mulheres na casa dos 70 anos, e diz "em tempos em que ser velho é feio, eu provo que ainda há beleza e sensualidade em quem já, há tempos, passou dos 50." - Mateus Abreu Cabral